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TESSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSTEEEEEEEEEEEEEEEEEEE

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Programa Consciência Brasileira #55

Salve, salve! chegamos no episódio 55 do nosso Programa Consciência Brasileira, que já foi ao ar na sua Rádio Estrela FM (94.5), e agora está disponível aqui no Submundo do Som você poder conferir, reconferir e compartilhar.

No quadro O Artista da VeZ o Programa Consciência Brasileira lembrou do grande Jorge Ben.

No quadro O Que Há de Novo? Temos som da banda Negra Li com "Mina" e também o som de Ana Cañas eSombra, com "Todxs", se liga e siga e programa no Instagran @pgconscienciabr e no Spotify:

Salve, salve! chegamos no episódio 55 do nosso  Programa Consciência Brasileira , que já foi ao ar na sua Rádio Estrela FM (94.5), e ago...

2018 e o Retorno da Música de Protesto


O titulo aqui é provocativo, pois quem sempre esteve nas trincheiras não deixou de produzir ou consumir a dita “música de protesto”. Afinal o ritmo por si só é um protesto, mesmo que informal, mas sem cair pro campo filosófico, as músicas que colocam o dedo na ferida, principalmente falando da classe politica (e que ano tivemos nesse âmbito heim?), ficaram escondidas no undergound do seio musical.

Porém 2018, o ano que tudo deu errado, passou a produzir tal conteúdo com uma frequência maior, chegando aos holofotes do grande público (em um número ainda tímido se comparado com o público geral consumidor do Brasil). A crescente do fascismo, a idiotização em massa e a luta para que as coisas não piorassem (como pioraram e vão piorar mais) foram lenha para aquecer essa caldeira de músicas de protesto.

Obviamente não foi possível escutar todas, obviamente todas as músicas acompanhadas não estão listadas aqui. Essa é uma lista que destaca dez canções que durante 2018 foram usadas como hinos para protestar contra esse que ai está. Os sons não listados aqui, e que você sentiu falta, pode inserir ai nos comentários!

Primavera fascista

A música trata-se de uma cypher do Rap Br e reúne um time com Leoni, Mary Jane, Adikto, Axant, VK, Bocaum e Dudu, os MC’s capixabas se aglomeraram sob o selo Setor Proibido e mandaram uma “diss” pro candidato fascista. Utilizando-se de colagens de falas do hoje presidente, a música expõe toda a podridão desse ser , que pediu censura da obra, retirando-a do YouTube, no entanto o original rap nacional subiu novamente ao som em várias plataformas, como uma forma de bradar contra a censura.


Nenhum Direito a Menos

O cantor e compositor Paulinho Moska mira seus acordes para o Congresso Nacional, que aprova retrocessos e devido ao seu conservadorismo ferrenho retiram direito sociais e dos trabalhadores, que foram conquistados ao longo de anos e a base de lutas e sacrifícios. O som é um verdadeiro manifesto musicado, envolvente e preciso, além de corajoso.


Boca de Lobo

A música é fantástica, somada ao visual do clipe que rouba a cena. Criolo nos presenteou com verdadeira obra de arte ao mesmo tempo em que protesta contra vários escândalos, envolvendo figurões, que nunca serão punidos, passando pelo descaso em Mariana e a morte de Marielle Franco, dentre inúmeras outras referências, que gostaríamos que não existissem.


Golpistas

Caio Prado lançou um experimentalismo pop de protesto, num trabalho de vanguarda o artista carioca além de denunciar os golpes que dia após dia o brasileiro vem sofrendo, a música nos convida a sair de casa e se manifestar, e exclama o quão importante e preciso é ter que falar de politica. Bem verdade que a letra é de 2016, mas para esse ano teve uma nova roupagem com batida eletrônica se aproximando do trap.


No Passinho do Imbecil

Siloque não gravou apenas uma música pra bater de frente com o fascismo, e sim um álbum inteiro, o EP Guia Prático de Como Fazer Inimigos, chegou dando tapa na cara da sociedade. O rapper é um dos expoentes da vertente antifa no hip hop, com uma luta de longa data. E para representar seu trampo, “No Passinho do Imbecil”, o recém lançado vídeo clipe, que homenageia os alienados de direita e seu protesto festivo e coreografado.


Meu Nome Tá no Topo da Sagrada Planilha

Música de trabalho dos pernambucanos do Mundo Livre S/A e que integra o novo álbum A Dança dos Não Famosos. Dessa lista, talvez o som menos escrachado quanto em relação a um protesto direto, porém tem toda a ironia icônica de Zeroquatro direcionando suas linhas para a hipocrisia da sociedade, atacando o moralismo, consumismo e religião. A banda é uma das mais politizadas do país e tem em sua veia o protesto e a denuncia, de uma forma mais poética e indireta, desde o longínquo ano de 1984. 


Revolução dos Bichos

Amaro reuniu TalizMarkaoAbirigine e Realleza num rap de protesto tendo como alvo as declarações racistas, homofobias e misóginas do presidente eleito, num trabalho muito bem feito de colagem. Cada MC versa sobre um fobia da sociedade e faz alusão a um animal, como por exemplo veado em relação aos gays, macaco em relação aos negros, a baleia orca em referência a gordofobia, e o peixe piranha em relação as mulheres, o que faz jus ao titulo da cyphers, “Revolução dos Bichos”.


Décimo Terceiro

A banda Cólera também soma em nossa lista com o som que integra o álbum Acorde! Acorde! Acorde!, lançado em 2018, primeiro sem o vocalista Redson, que faleceu repentinamente em 2011. A faixa é um protesto a sociedade consumista , que torra o que não tem para se sentir incluso em meio a pessoas vazias, que levam a aparência e os bens materiais a cima de outras questões básicas, as ideias dessa música vão de encontro ao título do disco, num verdadeiro presta atenção para essas atitude.


Disscanse em Paz

Dom Chinaski chegou pesado e sem respeito com um “diss” para o presidente fascista, no momento do lançamento ele era apenas candidato. Nesse rap Diomedes não mede as linhas e nem tece hipocrisia, fala o que todo combatente do fascismo almeja fazer, que é eliminar esse verme. A música discorre sobre todas as atrocidades que o infeliz presidente pronunciou provando que essa era a pior escolha para o comando da nação. Destaque para o verso que “Chinaski é pancada, facada, só que enferrujada, no bucho da maldita mídia” e para o trabalho gráfico da arte do single, que reuniu numa santa ceia ícones da esquerda mundial.


Manifestação

Fechando a lista tem a música lançada em comemoração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e 57 anos da fundação da Anistia Internacional, onde mais de 30 artistas se revezaram para dar voz a Manifestação. A letra foi composta por Carlos Rennó e aborda as constantes  violações de direitos humanos no país e pede pela mobilização dos civis. Participaram da criação da letra Rincon Sapiência e Xuxa Levy, enquanto que a melodia é assinada por Russo Passapusso, do BaianaSystem e engrossando o coro participaram CrioloPériclesRaelRico DalasamPaulo MiklosAs Bahias e a Cozinha MineiraLuedji LunaSibaXênia FrançaEllen OlériaBNegãoFilipe CattoChico CésarPaulinho MoskaPretinho da SerrinhaPedro LuísMarcelino FreireAna CañasMarcelo JeneciMárcia CastroLarissa LuzLudmillaChico Buarque e as atrizes Camila PitangaFernanda MontenegroLetícia Sabatella e Roberta Estrela D’Alva.


O titulo aqui é provocativo, pois quem sempre esteve nas trincheiras não deixou de produzir ou consumir a dita “música de protesto”. A...

5 Discos sem hype pra você se ligar


Vamos falar de rap brasileiro? 2018 a produção foi grande, vários discos, grandes obras e de norte a sul do país as minas, monas e manos lançaram seus trampos, fizeram suas produções e mostraram sua cara. Os portais e mídias especializadas elegeram seus melhores álbuns, singles e artistas, no entanto muito se girou em torno do hype de nomes já consagrados no nicho do hip hop (leia-se rap!), fato que não faz com um disco de hype seja ruim, muito menos que ele seja bom!

O Submundo do Som te convida a entrar num universo paralelo e viajar por 5 álbuns fora do hype e que são excelentes tanto quanto (eu quero dizer melhor, mas não quero ser prepotente, tá ligado?) os discos que estão em alta no cenário. Longe da disputa do que é melhor ou pior, a ideia aqui é apresentar, trazer a informação e indicar essas obras incríveis:

Synestesia – V.I.D.A.


Viagem Instável Doce e Amarga, acrônimo de V.I.D.A., é primeiro álbum do grupo jaguariunense, lançado logo no primeiro dia de 2018, com produção independe, feita pelo MilGrauTape Studio, do próprio grupo, o disco tem a alma do underground e aborda assuntos pertinentes a vida, nas oito faixas que o compõe, sob o olhar de seus três integrantes Anauê, Beiço e Leozera. Clique aqui para ver o review.
 

Teagacê – OkêArô


O rapper de Natal foi responsável por um dos trabalhos mais bonitos do rap nacional em 2018, o disco OkêArô, que o MC disse, em entrevista para o Submundo do Som (clique aqui para conferir), tratar-se de um agradecimento a eventos que aconteceu em sua vida, no entanto amantes do rap é quem agradecem a Teagacê por nos presentear com essa brilhante e completa obra, que mesmo curta, são apenas seis faixas, transmite toda a essência do poeta e do lugar que narra em suas linhas. Clique aqui para ver o review.

 

Di MC Krânio Loko – Versos Pontiagudos


O rapper do Rio Grande do Sul lançou uma obra contundente e peculiar, levando a sério o título do EP, as letras do álbum vieram para incomodar e colocar o dedo na ferida, enquanto segue com seu flow alucinado acompanhando de muita técnica na construção das músicas. Os temas abordam o cotidiano de Krânio Loko, e rasga a hipocrisia da sociedade conservadora e golpeia seu próprio ego. Clique aqui para ver o review.


Sé – Universo em Crise


Esse é um dos discos mais incríveis do ano, Sé mora nas ruas, onde sente cotidianamente o racismo, marcas do fascismo, da homofobia e intolerância por parte dos conservadores, e todas essas fitas que causam risco a sua existência são postas nesse trampo, com produção própria. Universo em Crise é um disco necessário pois de maneira prática mostra a verdadeira essência do Hip Hop, a luta diária e corajosa perante o dia-a-dia perigosoClique aqui para ver o review.


Siloque Guia Prático de Como Fazer Inimigos


O rapper veio pra incomodar, e incomodou, causou indigestão nos falsos moralistas, falsos cristãos, alienados e hipócritas, os ditos cidadãos de bem. Siloque não mediu as palavras e expurgou toda a ira, não somente sua, mas de todos nós, para com os responsáveis por esse circo de horrores que transformaram o Brasil. Gravado e mixado no MilGrauTape Studio e com produção do próprio rapper o álbum se tornou uma coleção de hinos contra o fascismo. Clique aqui para ver o review.

Vamos falar de rap brasileiro? 2018 a produção foi grande, vários discos, grandes obras e de norte a sul do país as minas, monas e man...

Entrevista com Face da Morte



Submundo do Som - Por que o Face da Morte parou? E por que o grupo resolveu voltar? 

Face da Morte - O Face da Morte na verdade não parou, nós demos uma pausa. Nunca foi declarado oficialmente que o Face da Morte parou. O Aliado G fundou uma empresa de produção de eventos, a Sonata Produções, e a gente focou nisso como atividade principal naquele momento, pois a gente precisava sobreviver de alguma maneira para além da música. O Face da Morte é um grupo, que por escolher esse caminho de ser politizado, que leva uma mensagem que não é tanto de festa, e sim uma mensagem consciente, automaticamente você restringe quem vai ouvir suas músicas, e onde você vai chegar. Você não vai ver o Face da Morte na Globo, no SBT, você não chama alguém pra ir na sua casa pra falar mau de você, alguém que é contra suas ideias, então escolhemos esse caminho, que é muito mais difícil, mas é muito mais honroso.

Então foi isso, passamos a trabalhar com a produção de eventos, a música nunca foi secundária, mas ela foi ficando em paralelo. Somado a isso veio a pirataria, por que nossa principal fonte de renda era a venda de disco, pois fomos sempre um grupo que vendia muitos discos, então veio a pirataria, depois os downloads da vida, e aí acabou com o comercio fonográfico, e para viver só de shows era complicado, assim optamos por buscar outros meios, e aí demos uma pausa, mas o grupo nunca acabou.

O grupo voltou, o Aliado G entende que já deu sua contribuição para com o Hip Hop no Brasil, foram 16 anos de dedicação, 7 discos gravados, fora as coletâneas que têm músicas do FDM por aí, que são incontáveis, só da 105 FM se não me engano são 11 ou 12 volumes. Eu cheguei nele e disse: "Aliado, eu acho que o Face da Morte ainda tem muita lenha pra queimar, tem muito a contribuir com a cultura brasileira, com o hip hop do Brasil, eu acho que podemos retornar e fazer um projeto novo, se recolocar, com a mesma essência, mesma ideologia, mas de uma forma mais moderna, com uma roupagem nova. Nesse primeiro momento vamos fazer alguns shows com a discografia que já temos, mais através do saudosismo da galera, como o show de hoje e o da semana que vem. No futuro, lá pro ano que vem, pretendemos ter produtos novos, fazer novas músicas, novo disco, estamos nos organizando para o Face da Morte voltar a todo vapor!

Submundo do Som - Da hora Mano, por que no momento que vivemos, o rap, e a música brasileira, precisa de um grupo como o Face da Morte. 

Face da Morte - Eu acho que não é só o rap, o Brasil precisa nesse momento tão difícil que estamos atravessando politicamente, de coisas que são positivas e que acrescentam, o Face da Morte tem como papel não só de causar o entretenimento, mas também de provocar o debate, de levar a discussão para a molecada, de despertar na molecada aquela revolta e indignação do porque de tudo isso? Por que eu pago aluguel? Por que existem os Sem Terra? Que porra é essa? Por que um cara nasce nos Jardins e outro na periferia? Por que não é a mesma coisa? Por que existe essa desigualdade de oportunidades? 

Então essa função que damos como prioridade, que é provocar o debate, que é elevar o discurso, então nós entendemos que o hip hop tem esse trabalho, todos os elementos do hip hop e o rap tem que ter essa função social, tem que ter esse enganjamento.  

Submundo do Som - E você tem acompanhado a atual cena do rap? Essa modernização, a chegada do trap, uns timbres novos, umas ideias novas, que são diferentes da época auge do Face da Morte, como no finalzinho dos anos 90 e comecinho dos anos 2000.

Face da Morte - Eu acompanho, não sou um seguidor assíduo, mas acompanho na medida do possível. Nós temos uma vida muito atarefada. Eu e o Aliado G, que é meu irmão de sangue, nós temos um outro empreendimento na cidade que a gente mora, que é Santa Fé do Sul, mas eu escuto algumas tendências, e o Robin, que está aqui, e que vai me acompanhar no show, e no futuro vamos fazer algumas parcerias, é um cara que vai me sintonizando de muita coisa, ele fala pra mim como que tá o cenário, que tem isso, aquilo, tem o trap, e aí a gente vai se sintonizando.

Você deve tá pensando: "o Face da Morte vai cantar em trap?" Talvez..., mas as ideias sempre seram as mesmas, com a mesma essência. Basicamente, precisamos entender que quando o Face da Morte chegou no cenário do rap brasileiro, algum outro estilo de rap estava descendo para que outro subisse, como hoje, então temos que entender e acompanhar, por que se a gente for pagar de gangster e que temos que manter a originalidade, pode até manter, mas não vai acompanhar, não vai conseguir um novo público, não vai conquistar a juventude, não vai entrar na molecada de 15 ou 16 anos que hoje escuta um outro segmento. É rap? É rap, mas é um outro segmento dentro do rap, e temos que entender que a modernidade sempre vai vir e que temos que acompanhar. 

Mano Ed, o idealizador do retorno do Face da Morte

Submundo do Som - Como no novo disco do RZO, os caras se modernizaram mas não perderam a essência do que eles são, vieram com uma nova roupagem, mas mantiveram a cara do grupo.

Face da Morte - Por exemplo! Curti também o que os caras fizeram. Acho que esse é o caminho, sempre estar acompanhando, se você pegar os discos do Face da Morte você vai ver que tem uma mistura de vários estilos musicais, e muitas coisas que fizemos lá atras, e outros grupos estão fazendo agora. Estava até conversando com o DJ Rodrigo, e ele tava falando: "Pô, o Aliado G é um visionário!", por que nos três primeiros discos, o Aliado produziu sozinho, e no quarto disco eu comecei a compor e ajudar na produção, eu era mulecão, comecei tinha só 14 anos.

Submundo do Som - E nessa volta do Face da Morte, o que o público das antigas, que cresceu ouvindo o som do FDM, pode esperar desse retorno?

Face da Morte - A gente ainda tá iniciando o projeto. O Aliado G não vai estar mais se apresentando, mas vai estar sempre somando com as ideias.

Submundo do Som – Mas você acha que ele um dia pode voltar a cantar?

Face da Morte - Bom, isso aí só ele vai poder responder, ele é um amante do rap brasileiro, e da música em geral, ele ama escrever, ele ama fazer músicas, então não sei. Mas o que a galera pode esperar do Face da Morte é a mesma essência, a mesma ideologia, a mesma pegada, vamos sempre beber da fonte brasileira, por que a gente preza muito pelas coisas brasileiras, e que tem muita coisa ainda pra ser explorada, que a gente pode trazer a tona novamente. E também se modernizar, não vamos ficar atrasados, de só querer pegar base no N.W.A, por exemplo, pode ser que eu pegue, mas ai eu misturo com um Caetano Veloso, ou uma base do Snoop Dogg e misturo com Martinho da Vila e nasce um rap, nós não temos um formato.

Submundo do Som - O Face da Morte sempre fez parcerias incríveis no rap, como com o Realidade Cruel e o GOG. O grupo planeja alguma parceria pra esse projeto de volta?

Face da Morte - Com o Realidade Cruel temos conversas avançadas, e hoje temos abertura com outros artistas, como por exemplo o Emicida, levamos ele num evento e eu já admirava ele como artista e passei a admirar como pessoa, o GOG também é um parceiro das antigas, enfim pensamos sim em fazer várias parcerias.

Submundo do Som – Quais são as considerações finais Mano?

Face da Morte - A formação do Face da Morte é Mano Ed e Dj Rodrigo, o Aliado G não se apresenta mais, mas estará somando nas ideias, e mais pra frente vamos adicionar backing vocals. O Face da Morte ta de volta num formato novo, mas com a mesma essência.

Mano Ed e DJ Rodrigo, Só idéia forte aqui é Face da Morte

Submundo do Som -  E qual seu recado final Ed?


Face da Morte - O Face da Morte ta de Volta, está em atividade, e podem esperar de nós o que sempre esperaram: atitude e proceder através da rima!

Submundo do Som  - Por que o Face da Morte parou? E por que o grupo resolveu voltar?  Face  da  Morte  - O Face da Morte na verdade não...

Coletânea Programa Consciência Brasileira apresenta: Interior, Mas Não Inferior

Comemorando a marca de 1 ano de existência, o Programa Consciência Brasileira lança a coletânea “Programa Consciência Brasileira apresenta: Interior, Mas Não Inferior – Vol 1”, álbum que reúne grandes nomes da música autoral e independente do interior paulista, e que abrilhantaram as transmissões do programa na Rádio Estrela FM.

O projeto foi idealizado por Jeff Ferreira, locutor do programa, que assina a produção executiva junto com Mário Ribeiro, e com acessória do MilGrauTape Studio. O disco reúne dezessete artistas, em dezoito faixas, incluindo um introdução comandada pelo apresentador. 

A coletânea abre com a faixa intro “Salveee”, a tradicional saudação do apresentador durante as transmissões do Consciência Brasileira, e dá um breve resumo do que será do álbum. Com beat elaborado pelo próprio Jeff Ferreira, em que a ideia é um clima de festa, um Boogie Naipe, com samples de clássicos como RZO, Racionais, BNegão e Os Seletrores de Frequência e Thaide.

A primeira música é “Bem Vindo & O Rio” da icônica banda piracicabana Mazzaropi Contra O Crime, num estilo genuíno de mesclar o rock rural com pegadas punks, e que fazem um contraste entre agressividade da letra com temas do cotidiano caipira. A banda encerrou suas atividades conjuntas, mas seu som sempre ecoou no programa e sua participação é uma homenagem ao seu legado.

Seja bem vindo ao lugar onde peixe para
Seja bem vindo ao lugar onde peixe para
De respirar, de nadar, de crescer e de se multiplicar
Seja bem vindo ao lugar onde peixe para
Seja bem vindo ao lugar onde peixe para
De respirar, de nadar, de crescer e de se multiplicar
Na faixa três, o Mr. Dic, de Campinas, traz um reggae envolvente e pesado com a música “Amotidados”, que trás para o questionamento quem são os heróis e todo sofrimento dos africanos que foram escravizados e arrastados para longe de seus lares. Está música, foi lançada exclusivamente no Programa Consciência Brasileira!

Escaparam dos piratas no motim todo convés
Mas não puderam retornar a Africa
Hoje amotinados pelo seus legados de sangue
Nossa fé, nossa cor, nossa crença
Os fundamentalis não pensa
Eles temem o diferente

Seguindo temos Siloque, de Águas de São Pedro/Jaguariúna, um dos grandes parceiros do Programa Consciência Brasileira e do Submundo do Som, o rapper que dispensa apresentações cedeu um de seus maiores clássicos para a coletânea, a música “Prata da Casa” que contou com a voz belíssima de Laura Camarini. Esse som tocou na primeira vez que o programa foi ao ar, em novembro de 2017.


Hoje eu não vim pra debater, eu vim pra combater
Não vim para bater na mesma tecla que você

Falar pucê que hoje eu não vim aqui pra me divertir
Vim te advertir!
Há de saber que furtar brisa, cê não vai conseguir
Quando cê for, cê me avisa, que eu vou ficar aqui!

A música cinco traz a poesia da banda Laranja Oliva, da cidade de Limeiraem "Wei-Ji", uma música forte, autentica e corajosa, desde letras, arranjos e variação, transmutando entre a suavidade da nova MPB, passando pelo peso do rock até o swinge do groove em um hino sobre a dualidade humana.

Como um Ghandi cheguevarizado 
subo os Andes pra dormir munido 
do meu oscilante lá e cá 
ora contesto o perímetro do metrô 
ora clamo luxo no barro seco
Na faixa seis, outra banda de Limeira, a Cigana, vem com seu grande hit “Às Vezes Cansa”, num hibridismo musical do rock alternativo com o experimental. Com destaque para a obra de arte da voz de Victoria Groppo enquanto seus companheiros de banda quebram tudo numa verdadeira viagem sonora.

Realidade dissonante
No seu copo o escape
Nós não queremos saber

A estrutura arrebenta
Na cidade que atormenta

Nosso corpo não aguenta
Sangue escorre e esquenta

Na próxima faixa os manos do Synestesia apresentam à inédita “Tabela Sem Aros”, o grupo de Jaguariúna, que também é parceiro do Programa Consciência Brasileira e do Submundo do Som. Nessa canção o grupo formado por Leozera, Beiço e Anauê abordam a cena da música alternativa e independente no interior de São Paulo. A música foi lançada no programa e trabalhada pelo grupo justamente para integrar a coletânea.

Não dá pra negar que ansiedade cerca
Mas não posso me apegar a tranquilidade
Mas o bem e o mal farão as passes
Tensão não fará mais parte. Não.
No dia a dia obscuro, das noites em claro
Sorriso sincero de fato vale muito mais que ouro
E será cada vez mais raro

A música oito traz outro talento de Limeira, a banda La Família 019, conhecida em todo território brasileiro por fazer covers do eterno Charlie Brown Jr, devido aos inúmeros programas de TV que os manos participaram. Porém a banda também tem um projeto autoral, e para a coletânea do Programa Consciência Brasileira, apresentaram o som “Linha de Frente”, onde o grupo pode mostrar seu trampo próprio.

Qualé que é Zé?
Não tenho carro eu vou a pé
A pé eu não chego lá, eu vou pegar o busão
O busão tá lotado, ta ficando bolado
Bolado é pouco, tá saindo pelo ladrão
Ladrão!
Eu sou trabalhador!
Ladrão!

O grupo De Buenos Crew, um dos maiores nomes do rap na região de Piracicaba, cidade de onde se originam, chega com o novíssimo som “Deixa a Noite Cair”, lançado exclusivamente no Programa Consciência Brasileira, em 2018. A canção trata-se de um rap com influências de jazz enquanto a letra suavizada fala sobre as nuances da noite e a celebração entre os nosso. Vale destacar que a produção ficou a encargo do cabuloso Léo Machion, o monstro dos beats.

Deixa a noite cair
Pr'eu pode me divertir
E se amanhã não ligar não
Venha me procurar
Na minha cabeça meus problemas focando igual tsunami
Um beat class de um velho jazz
Pra gente a sós entrar em transe
Mil planos mirabolantes

De Campinas vem os caras da banda Cidadão José, com a animada track “Nossa Rotina”, mostrando o rock n’ roll na veia, com inspiração dos anos 90, do hardcore, grunge, new metal rap e reggae e a abordagem questionadora sobre o cotidiano, o amor e aquela fé. Um som skate rock, música que eleva a autoestima e tem aquela essência nostálgica dos tempos áureos do rock nacional.

Acordar cedo para enfrentar
Dificuldades nessa rotina e coisas pra aturar

Buscar o sonho e sem se iludir
Vou com raça na humildade
Eu, sim, estou aqui

Bang Loko Sound é outra pedrada que vem da cidade de Campinas, a banda é de rock, com atitude HC e dois vocais que amam passear pelo rap, além disso a banda utiliza-se de mesclas com regge, ska e muita brasilidade nas canções. Na coletânea os manos somaram com o som “1.5.7.”, que fala sobre correr atrás e manter a fé, que a vida não é só de tombos, uma hora haverá a ascensão também.

Mas quem sabe faz a hora, e agora é a minha vez
O que é meu eu vou buscar, quero ver me segurar
A vida tá foda e pra minha não é diferente
o impossível é uma barreira que na mente fraca ta presente
Não quero atrasar seu lado, até adianto quando posso
Eu não estou errado, só luto pelo que eu gosto

Na faixa 12, o som da banda Freddy Groovers da cidade de Amparo, a banda traz o groove no nome e na cabeça e muito suingue nos bailes, sempre com canções inspiradas, para a coletânea do Programa Consciência Brasileira, o grupo escolheu uma faixa que resgata a memória dos verdadeiros heróis mundiais, conectando o ouvinte as suas raízes e sentimento de luta, num legitimo “Contato Imediato”. 

Contato imediato com a nossa história
Não deixe os heróis perdidos na na sua memória
Black Panther, Black Power, James Brown
Cuidado, rolou pro jogo, mas eu tô na moral
Sapata, Lampião, Sandino e Zumbi
Mandela, Zulu Nation e Guarani
O Povo que não conhece sua raiz
Os mesmos erros está fadado a repetir

Prosseguindo tem os manos do Vigarioz Crod Alien, com o som “Beat Lunar”, a banda é de limeira, e traz uma canção forte com aquela atmosfera cinematográfica que abduz para outra dimensão. Os malucos são adeptos do experimental, misturando a modernidade dos beats eletrônicos com o velho rock n roll.

Eu sempre grito alto quando a lua nasce
Mas desmonto em ilusões quando eu vejo a sua face

Então tome o tempo que for pra entender
Que fugindo dessa vida - não - não vai saber
Sobre todo aquele estrago que um dia foi causado
Todos os caminhos de um universo desvendado
Com cauda de peixe e olho de felino
O trem está chegando, logo estou partindo

A faixa 14 é o hardcore da banda Tessalonica, no protesto contra as “Autoridades Sensacionais” que temos. A banda é de Araraquara é segue uma linha de canções de impacto e diretas, sem massagem, no melhor estilho HC e metal core e somam nessa coletânea como a porrada sonora do disco.

Autoridades mentirosas
Governantes estrategistas
Nova ordem mundial
Não faço parte, não sou fascista
Países reunidos em um plano de ação
Partidos políticos manipulam a nação
Formando uma guerra, formando generais
Impondo novas regras em planos reais
Trazendo a desgraça como plano de ação
Gerando a miséria
Roubando a nação

De Campinas vem o som “Base”, da banda Gambiarre, outro vocal feminino, da talentosíssima Júlia Moretzsohn, e vem no melhor estilo do rock alternativo em uma track sobre o próprio estilo. A banda eleva o nível da coletânea com a levada da música, que põem peso nos instrumentos, numa faixa pra cima, descontraída e reflexiva.

Vamos embora pra outro carnaval, vem de carona nessa minha conversa
Pegue atalho no som das minhas palavras, sua base já não tem mais vez
Te enveneno, faço tua cabeça, tento te convencer

Aquela mesma antiga história que recusamos entender

O grupo Klandestinos é uma das vozes de Hortolândia e representa o original rap nacional, com a essência dos anos 90, no conceito de rap que todo uma geração cresceu ouvindo. Para a coletânea do Programa Consciência Brasileira, o grupo chegou com o som “Os Sonhos Não Envelhecem”, que também dá titulo ao disco do grupo, uma canção de agradecimento e mensagem positiva para os ouvintes.

O tempo passa, e a gente nem percebe 
A essa altura os primeiros cabelos brancos já aparecem
Obrigado Deus, por me permitir chegar até aqui
Conheço bem os limites e sei o que é persistir
Por que os sonhos não envelhecem
E na luta cotidiana os anjos me protegem
Nas trincheiras regendo a canção que me emociona
Os sonhos não envelhecem
Jesus te ama

Comprovando que o rock não morreu, a banda SOS, de Piracicaba, chega com a faixa “Contradições”, com toda aquela vibe oitentista, da era de ouro do rock n’ roll nacional, mas também com a modernidade dos timbres e produção em uma bela canção que aborda sobre os contrastes do cotidiano.

Ando pra frente, olho pra trás
Todas essas contradições
Acumulo tudo e menos é mais
Todas essas contradições
O eterno se desfaz
Justiça injusta
Não aguento mais
Todas essas contradições

Fechando a coletânea temos o lendário grupo Face da Morte, que somaram nesse projeto com a música “Feito no Brasil”, um grande clássico do rap nacional, e que também dá nome ao disco duplo do grupo lançado em 2004. Na época formado por Aliado G, Mano Ed e DJ Viola o grupo sempre se mostrou um dos mais contundentes e correntes do cenário do Hip Hop Brasileiro. A música em si traz a formação original e teve sua letra composta pelo sangue bom Mano Ed, e aborda sobre o consumismo que dá prioridade a produtos e músicas feitas no estrangeiro, negligenciando as pratas da casa.

Derramando sangue nessa guerra pela vida
aqui é o manifesto que vem da periferia
Acreditando nas flores derrubando o canhão

Face da morte e pessimismo não combinam
Mas também se pá já ate ouviu falar em Hortolândia
Pois lá fabricou a bomba "H" alta tecnologia "A"

A coletânea do Programa Consciência Brasileira apresenta: Interior, Mas Não Inferior, é uma viagem pelo interior paulista, pela região 019, com a missão de dar voz para aqueles que dão a alma em seus trabalhos, reunir um time de peso em um único disco é mostrar para todos que o interior tem voz, como diria o grupo Primavera Nacional, que infelizmente não está nesse projeto por um pequeno descuido do tempo, ou da falta dele, já que conheci o trampo dos caras depois que a coletânea estava fechada. Porém nada impede que o grupo esteja conosco no volume 2, mas esse exemplo é legal para mostrar como vários grupos extraordinários de nosso interior ficaram de fora, pois sua mensagem por mais da hora que seja ainda não chega a todos os ouvidos. E essa é a missão do Programa Consciência Brasileira, levar música, diversão e informação!

Comemorando a marca de 1 ano de existência, o  Programa Consciência Brasileira  lança a coletânea “ Programa Consciência Brasileira apre...